sábado, 17 de abril de 2010

FIQUE LIGADO
POESIA
FAZER POESIA SEM PERDER O SENTIDO
Muitos alunos chegam às séries mais avançadas do ensino fundamental com repertório poético restrito: poemas infantis, quadrinhas, trovas, parlendas. É forte a crença de que basta encontrar palavras que rimam para fazer poesia. Na verdade, rima assim como metáfora, comparação e aliteração são recursos poéticos que podem ser utilizados para criar um poema melódico, sonoro, divertido, lírico.
É importante ressaltar que um poema tem sempre uma intenç
ão: aflorar sentimentos, expressar ideias, provocar reflexões, emocionar o leitor.
TRAZER A POESIA PARA O TEXTO
Para que os alunos sejam capazes de escrever textos poéticos é necessário intensificar o convívio com poesia de quali dade. Promover saraus para ler, ouvir, apreciar poemas; familiarizar com a organização desse gênero; analisar os recursos utilizados pelos poetas; desenvolver maior sensibilidade para a escuta e escrita de poemas.
DIZER DE OUTRO JEITO
Para o escritor, o texto é sempre provisório e pode ser melhorado. Ele retira palavra, acrescenta outra, reescreve trechos, faz e refaz o texto, até encontrar o tom adequado.
E o aluno-autor tem essa consciência? Sabe que ele escreve para ser lido, que é importante dar sentido a seus dizeres e de fazer entender?
É fundamental que o aluno aprenda a voltar ao próprio texto, relendo-o inúmeras vezes com olhar mais crítico, mais zeloso. E, assim, pense numa boa forma de revisar seu texto para que possa dizer mais, dizer de outro jeito, analisar e corrigir o que já foi dito, ajustando-o em função do objetivo e do leitor a que se destina.

DOIS E DOIS : QUATRO

Como dois e dois são quatro
sei que a vida vale a pena
embora o pão seja caro
e a liberdade pequena
-
Como teus olhos são claros
e a tua pele, morena
-
como é azul o oceano
e a lagoa, serena
-
como um tempo de alegria
por trás do terror me acena
-
e a noite carrega o dia
no seu colo de açucena
-
- sei que dois e dois são quatro
sei que a vida vale a pena
-
mesmo que o pão seja caro
e a liberdade, pequena.
Ferreira Gullar

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